quarta-feira, 5 de março de 2008


Joel-Peter Witkin
Água d'água

Sou quase uma mulher, mas tenho a forma, dizem, de uma lagarta e vomito todos os dias pela janela. Um vômito agônico, terminal, e, o mais surpreendente, limpo, de uma limpeza a nenúfar e pedra-pome. Sou possivelmente uma forma breve de mulher --- nem alta nem pequena, o rosto é que suspende no vácuo um olhar fatal, leve fragrância a lavanda, o longínquo rosa da água de rosas.

Hommage a Andy Wahrol


Andy Wahrol (1928/1987)
Provérbio Zen

Não repare na nota fúnebre que corre por esta carta; é música do crepúsculo e da solidão.

Machado de Assis
Cahier d'écrivain

O dinheiro é abstrato, repeti, o dinheiro é tempo futuro. Pode ser uma tarde no campo, pode ser música de Brahms, pode ser mapas, pode ser xadrez, pode ser café, pode ser as palavras de Epicteto, que apregoam o desprezo pelo ouro; é um Proteu mais versátil que o da ilha Faros.

Jorge Luis Borges

Hokusai (1760/1849)
Gustave Doré (1832/1883)

Hommage a Dom Hélder Câmara


Andrej Glusgold
calendário

as mãos de meu pai
nelas as veias de ontem
já falam dos anos

hoje era amanhã tão longe
sapatos de um velho monge
Heinrich Kühn, 1900
Silas

Quando desembarcamos em Silas, no gelado Atlântico Sul, sabemos agora pelos registros de bordo, corria o ano da graça de 1546. E foi um raro acontecimento descobrir esta ilha de rocha basáltica e gelo e neve, povoada, às dezenas de milhares, por inenarráveis pingüins albinos.

Tão alvos, confundiam-se, os pingüins, ruidosos, à paisagem desesperadamente branca, que, ao sabor das ventanias, indicava ainda uma paisagem em contínuo movimento. Como se toda Silas andasse feito andam as areias do deserto nem que uma superfície móvel e delicada.

Muito poucos fomos os navegadores de Hérida que, vencido o ímpeto de desafiar Silas, e possivelmente o de sobrevivê-la, retornamos às embarcações fundeadas ao largo da ilha, remando, extenuados, frágeis batéis. E a vencer, com eles, as altas ondas e o grosso mar que se lança contra rochas de açúcar e gelo, a alvoroçar os pingüins sob a ofuscante claridade que fazia, às vezes, de Silas, uma espécie assim de massa luminosa – mais fria que o vento a eriçar a neve eterna que, asseguravam os marinheiros, nascera com ela, com Silas, desde o começo, desde a primeira vez.

Muito antes de nós, não foram poucos os navegantes que pereceram à neblina de sua alvura, enredados pelo frio e pelas pesadas nevascas que a tudo sepultavam, em Silas, tornando-a alguma vez a miragem de perigoso iceberg a derivar no atlântico azul. Silas, entanto, prosseguia fixa, como fixas são todas as ilhas e não sabemos até hoje de nenhuma que pelo mar deslize como deslizam nele as caravelas, os afogados ou as montanhas de gelo. Embora existam cartas marinhas dando como certas as ilhas nômades do Cáspio e do Báltico. O que, claro, soa um grosseiro disparate.

O fantástico em Silas existe, sim, e é toda a razão desta crônica ilhéu, trêmula de frio: Silas conserva em seu solo, feito de incontáveis camadas de neve e gelo – as que existem agora e também as que existiram um dia e que ao calor dos séculos foram se dissolvendo – conserva os seus mortos, todos os seus mortos, assustadoramente não corrompidos face às baixíssimas temperaturas, numa vertiginosa integridade de vivos.

Em nossas explorações descobrimos, surpresos, entre outros assombros, espalhados pela ilha, aqui um mercador egípcio, impossível de datar senão pelo barrete e os finíssimos bigodes; ali, o que nos pareceu o curioso e preciso cadáver de um rei aventureiro; mais adiante, as curvas imutáveis do corpo de uma mulher; ou, completa, uma cena, cuja beleza de gelo a expedição inteira celebrou com imprevisto fervor: a glabra nudez de um efebo negro, de encaracolados cabelos, intimamente acolhido ao rijo tórax de um veterano soldado de Tebas, os olhos de ácido azul.

Para além do Tempo, o íntegro gesto de amor – inteiros como estátuas de pedra, os olhos deles, abertos, se entreolham, bem próximos, sem piscar nunca, ungidos por obsessivo enlevo, como se nada houvesse acontecido, desde então, sobre a Terra.
Distante dali, em outro tempo e lugar, para além dos pingüins albinos, só a música longínqua, de um baile talvez, pelo que soa e torna a silenciar, na branca amplidão, uma orquestra de violinos.

Quem viu Silas assim, renascida da neve, garante que nunca mais foi o mesmo.


Texto inédito do livro "Ilhas".

Paul Klee

Andraos & Tabet
13


Tudo o que foi já sendo
Na extremidade dos dias,
Amor encheu-se de medo
Ante as vilanias do uso
E as abruptas quedas no abismo.
Amor, de vestido-de-noiva
Pôs buquê, guirlanda, aliança
E passou a viver junto,
Amores feitos dois pombos.
Sem atentar para as síncopes entanto
Do brusco e do grito ao osso da manhã muda,
Restolhos de amor, um susto,
Nas dobras de cada dia.
E então gasto aos soluços
Amor foi morrer de bruços
Su dulce esplendorosa gastura.
Do Amor, agora, só um silêncio.
Georgia O'Keeffe

Caramujos

Que de sons ecoa o tímpano do caracol ? Enrodilhado em sua louça multicor acaso o ausente sexo freme ? Um que de porcelana fosse dificilmente sobreviveria em sua fragilidade exaltada, e complexíssima.

Andam na noite, inenarráveis dromedários ou uma absurda espécie de formiga - levando às costas sua montanha de osso e marfim.

Onanistas, narcisos, centrados em sua têmpera, os caramujos, às frescas manhãs de areia e espuma, da longa praia deserta, são uma aleluia viva, e numerosa.

Prescindir da rubra curva de vossa nádega e ainda assim, encaracolado aos vossos crespos e pentelhos, imaginar com os ruflos de um colibri-de-asas, ramblas, ramonas, ai que te incenso a coxa grávida com meu filete d’água cinza-pálida.


Nelson Cavaquinho (1911/1986)
As Mil e Uma Mortes de Nelson Cavaquinho

Ele tinha sobretudo majestade. Não importava se num boteco xexelento do velho centro do Rio ou entre a vip-intelligentsia dos bares de Ipanema. Segurava um violão de forma desconcertante – atravessado ao peito, quase na vertical, feito um martírio ou um drama. E cantava a morte com a imponência solene de quem profundamente se sabe mortal.

Nossas vidas esbarraram-se com freqüência nas madrugadas aturdidas, entre hippies, travestis, proxenetas, gigolôs, michês, prostitutas, a ratatuia que povoa os botequins humilhados, bebe o que não tem, e grita, e briga, e surrupia tudo o que tem direito. Mesmo ali, altar da transgressão, era como se estivesse em palácio a sua cena, feita de cerveja, violão e o anúncio – claro – de que o tempo é um animal odioso.

Assim, tocou a transcendência como nenhum outro poeta popular do meu país – as mãos curiosas de sua verdade terminal; e ousou perseguir, até o fim, as noites caducas, as noites mixas, a solidão do vasto geral reino da gonorréia, da sífilis e do cancro-mole – maltratado continente de bêbados, malucos e doidos-varridos.

Não há o que chorar. A sua existência se cumpriu (ou foi consumida?) no azarado destino que o pôs num país que decreta aos gênios populares apenas o direito ao “folclore” – como se este fosse a glória máxima de uma biografia toda ela devotada à poesia. Não há o que chorar, se nascer aqui sempre foi triste, desolador e arbitrário.

Olho lá: numa sacola das Casas Sendas, Madame Satã vendia o seu livro de memórias, e acabava liquidando sumariamente a esmola amealhada, num porre que o colocava literalmente a nocaute sobre a mesa e o chope; Ismael Silva, o compositor incomparável, se escondia num apartamento decadente da Gomes Freire, e Nelson Cavaquinho, na via-crucis dos bares, sempre teve a birita financiada por otários, tietes e admiradores. Olhar lá é pior.

O fato é que nesta noite e neste subúrbio, a voz rouca, devastada pelo álcool, pelos anos e pelo cigarro, vem desde o fundo do fundo do poço, como um presságio, como uma nota dissonante, e canta em verso sublime a nossa existência provisória, esse delicado horror que preferimos esquecer – como uma verdade incômoda trancada dentro de uma gaveta. E vem com ela uma outra espécie de morte – esta que os vivos provam a cada morte que entre a gente acontece.


Texto publicado originalmente em Bolero's Bar (Travessa dos Editores, 2007).

Anon, 1890
Assistir a morrer um homem

Ontem, ao final da manhã, assisti morrer a um homem.

Vinha a braços com o Goes numa conversação animada que se demorou na esquina de Imperatriz com a rua Direita, excitados ambos com a história dos Césares e a da Roma antiga, duas das manias que em comum cultivamos, quando nos despedimos. Ao Goes não lhe apetece deixar assunto inconcluso e, lembra-me bem, ainda voltou-se, mais de uma vez, para acrescentar um detalhe quase desprezível à vida de Caius Julius e outra creio para reformar uma minha afirmação sobre o Imperador Constantino.

Já o disse aqui, muita vez, e digo-o de novo – o Goes é tido por muitos como lunático. Falou-se sempre em nevrose que, por insuspeitos caminhos, teria se aliado a profunda neurastenia, mas outros tergiversam e dizem que a neurastenia começou primeiro e que a nevrose veio depois. Eu que nada entendo de alienados, e muito menos da cerrada teoria dos alienistas de nosso tempo, profusos e debatedores, tenho para mim que o Goes é como todos – às vezes alegre, às vezes triste. O diabo é que quando ao Goes é dada uma alegria, por menor que seja, já entorna um tonel e cai em esbórnia inconfessável; e se triste, o Goes, entre matar-se ou não, feito os poetas românticos, ou tardo-românticos, some da vista e, comentam, afunda em nova carraspana, choroso e pedinte, longe dos amigos e da platônica amada, a Valquíria, pelos clandestinos da Gamboa. É o que dizem e espalham os invejosos do Goes.

Uma que outra vez, aceito, desanda os trilhos mas daí a impingir a ele uma demência que não tem, é excesso, e, repito, inveja, morba inveja. Isto mesmo – inveja de seu brilho e, alguma vez, censura, por suas posições veementes. O Goes, por exemplo, é monarquista, ainda que não revele isto abertamente, e nem precise – cochicham pelos cantos, abafam – “Monarquista; o Goes é monarquista; e alienado...”

Foi tudo muito repentino e de sopetão: a dous passos de mim, o homem desabou, no que, em princípio, pensei tratar-se de um ataque epiléptico – o homem, um vendedor de vassouras, estrebuchou-se ao passeio, convulso, trêmulo, de grandes olhos esbugalhados. Como crispasse as mãos e vertesse pelo canto da boca uma espécie de baba, eu e as demais pessoas que logo acudiram ao redor, não interferimos, como deve ser o procedimento normal, e bastante razoável, nessas ocorrências.

Lamentei não ter mais o Goes ao lado. Poria ao peito do homem a sua cabeça nervosa e o auscultaria de ouvido, os olhos fechados, os olhos profundamente fechados, sem esquecer do cavanhaque que lhe confere, nestes momentos solenes, um ar superior, quase mefistofélico. Melhor seria o diagnóstico: “Angina pectoris, meu caro Leocádio. Angina pectoris.” E, tenho certeza, poria tamanha reverência no latim escovado, que teria todo o rosto – e o pontudo cavanhaque – toldado por uma sombra assim meio definitiva, conclusa; e fatal. O pequeno ajuntamento, outra de minhas certezas, se desfaria, e alguém, do meio da malta, coração solidário, se prontificaria a chamar o padre, o morgue, a polícia montada.

Mas não foi assim como rabisco cá nestes papéis velhos: tudo, claro, passou-se em segundos e não com o tamanho que me ficou o parágrafo acima, e logo vimos que de trêmulo o homem foi tomando uma cor entre o roxo e o violáceo. Houve quem dissesse, abafado, não querendo crer na própria certeza, que era a febre tifóide. Assunto meio tabu, as autoridades sanitárias parece escondiam um surto, ainda que controlado, do mal – sobretudo nas cercanias de Parati e, me parece, também em Itaúna. O comentário foi como um rastilho de pólvora: o tifo havia chegado enfim ao Rio de Janeiro. Gelamos.

Observei bem justo – a roda em torno do vendedor de vassouras abriu-se ainda mais pois ninguém descuidava de que em se tratando “dela” , todo cuidado era nenhum, e pode que viajassem no vento os ovos sinistros da morte abjecta. Eu mesmo me surpreendi tornando dous passos atrás.

Ver morrer a um homem não é cousa fácil, e ver aquele ali, modesto vendedor de vassouras, a morrer de tifo, parecia ainda menos suportável: havia a agonia nos olhos dele – abertos e muito intensos – que insistiam olhar, num esforço inútil, para além do chão.

Nisto alguém bateu-me ao ombro: capa e cartola sugeria um dândi saído de algum conto francês, a figura que eu via, bem atrás de mim, buscando ultrapassar a roda em torno do morituro: o Lafaiete, meu Deus, o Lafaiete!

--- Não creio, é o Leocádio? É o Leocádio José, nosso causídico? – foi logo se expandindo, como era de seu feitio.

---Também não creio... – fiz mossa. – Também não creio, é o Lafaiete,
é ?...

Abraçamo-nos num afeto sem conta, e até, convenhamos, meio impróprio para as circustâncias. Ao lado de nossa saudação espalhafatosa, um homem, necessário não esquecer, morria, àquelas horas, a sua morte, transformada em cena pública, com direito a audiência e, mais um pouco, ao estrepitoso festim do aplauso, essa iguaria, que está em Plotino, e era o modo como os antigos invocavam os deuses.

Antes que o Lafaiete soltasse-me de seu abraço dele, ambos quedamo-nos mudos, os dous: o vendedor de vassouras mexia lento, mas mexia, uma das mãos, e a perna direita tentava dobrar o joelho, como se reunindo impulso para levantar-se da calçada.

Foi um oh uníssono e aterrado de todos à volta do homem que, sem delongas, ainda que zonzo e muito tonto, aprumou-se de inopino, olhando em torno com uma estranheza que jamais esquecerei agora nem nunca nesta minha vida que, devo dizer, já vai longe. A seguir, cambaleante, insistiu, com forte sotaque luso, onde andavam as vassoiras, as vassoiras. A malta, não é surpresa, enfureceu-se, quase a comunicar ao homem que morresse, que ao cuspido chão do centro da cidade do Rio de Janeiro, tornasse morrer a sua morte suja e pobre e gasta e carcomida. Rareavam já nas ruas os vassoureiros, como os chamávamos, a entoar bordões lusos, desde longe, o molhe de vassouras encarapitado ao ombro protegido por uma toalha dobrada, “olha as vassoirinhas”, “olha as vassoiras”, “venham a ver, vassoiras novas e firmes”, “olha as vassoiras”... O Lafaiete não se conteve, ríspido, gerente de casa financeira, autoritário:

--- Se vais ao gole, malandrim, ide acompanhado do diabo!

O homem apertou os olhos bêbedos – sabe-se lá de que venenos – a fronte esquerda roxa e meio inchada, e num esforço que a todos nos pareceu ir às últimas consequências, entreabriu o beiço esfolado e antes que inteiro completasse, de novo, a palavra “vassoira”, estatelou à calçada – um baque surdo, desconjuntado.

O Lafaiete foi às ganas com empáfia dona das gentes e da vida:

--- Tifo sãos os fernetes, a catuaba d’aguardente, os cognacs... O resto, Leocádio, é a sempre bebedeira do populacho que emporcalha a capital da República – disse, virando-se para mim, o ar superior e indiferente, como se a nova queda do homem fosse só uma encenação, uma fraqueza evitável, cousas dessa natureza e perfume, feito dizia nosso colega de fórum, o saudoso dr. Lucas Monteiro Ferraz, o advogado das causas perdidas...

Antes que eu concordasse com ele, porque com o Lafaiete ou se concorda inteiramente ou se fica inteiramente de mal, o vassoureiro gemeu um vagido tão das entranhas, mas tão fundo e tão abissal que, não exagero, leitor que me deslê as linhas tortas, era como se a vida sufocada não suportasse, ao vassoureiro, o corpo combalido.

Para o Lafaiete foi a gota, a palha que transtorna o celeiro – tomando o gemido como um insulto, e peor, dirigido diretamente a ele, um cidadão de bem com o fisco e com a finança, além de virtuoso e sem vício, estava a merecer, via-se, uma resposta. Roubando-me, ato contínuo, a bengala que, sabeis, não largo nunca, sobremodo nestas alturas (alturas?) declinantes e melancólicas, numa velocidade de esgrima avançou contra o homem estendido ao chão, procurando-lhe a cabeça. O Lafaiete parecia destinado, aquele dia, a matar. E só não alcançou o intento porque, pasmem!, parou a meio caminho com as bengaladas, o homem estava verazmente morto, mais que morto, mortíssimo, como comprovou um piedoso boticário estabelecido logo na esquina e que, apesar de atrasado, veio em socorro do vassoureiro e pôde lhe medir o pulso e lhe verificar o fôlego a um espelho.

--- Vá lá saber... Vá lá saber... – e era só o que rosnava o Lafaiete, fingindo uma desconfiança que evidentemente não tinha, batendo-me de leve nos ombros, despedindo-se com um gesto de que nos garantia novo encontro, e saindo à sorrelfa, a cabeça várias vezes a sacudia de um lado para outro, negando o boticário, o vassoureiro e, de certo, negando a morte.

Veio uma chuva e o pequeno ajuntamento em volta do vassoureiro desfez-se como num passe de mágica. Eu mesmo, logo me vi, sob a sacada de um prédio, o jornal protegendo-me da água, repentinamente torrencial, e do vento. Dali, a alguns metros do morto, espreitei, aterrado: grossa, tempestuosa, a chuva era tanta e tamanha que empapava o algodão barato de que lhe eram feitas a calça e a camisa e houve um momento que, de transparente, o morto parece ficou nu, nítido o contorno do sexo e quase toda a barriga abaixo do umbigo, onde um cordão, agora desatado, fizera as vezes de cinto. Mas nem isso, as suas vergonhas públicas, a chuva, o vento e mesmo a manhã finda levavam em conta, desatando a chover ainda mais o mesmo aguaceiro que punha o mundo abaixo num dilúvio medonho. Peor que isso, mais pornográfico, para usar uma palavra da moda, foi ver que o morto, só, sob a chuva torrencial, numa morte de meter medo, concluí morria profundamente – acho que de corpo e de alma.


Fragmento do romance "Amar-te a Ti Nem Sei se com Carícias" (Editora Planeta, 2004) lido na Tenda dos Autores durante a FLIP 2006 (Festa Literária Internacional de Paraty).

Miran

Escutar Louis Armstrong
cantando Ain’t Misbehavin’

http://app.radio.musica.uol.com.br/radiouol/player/frameset.php?nomeplaylist=233&opcao=playlist

Ver Kimiko Yoshida

http://www.kimiko.fr/

Édouard Boubat

Prosa & Verso, O Globo, sábado, 1 de março de 2008
Ler matéria sobre
A copista de Kafka
no jornal O Globo

http://www.leitor.com.br/adm/ver_link_planeta.asp?veiculo=O%20Globo%20-%20Rio%20de%20Janeiro/RJ&data=1/3/2008&edi=Prosa%20e%20Verso&pag=04&qtd=1&class=781&img=..//clientes/planeta/v08030398a.jpg