quarta-feira, 5 de março de 2008

Caramujos

Que de sons ecoa o tímpano do caracol ? Enrodilhado em sua louça multicor acaso o ausente sexo freme ? Um que de porcelana fosse dificilmente sobreviveria em sua fragilidade exaltada, e complexíssima.

Andam na noite, inenarráveis dromedários ou uma absurda espécie de formiga - levando às costas sua montanha de osso e marfim.

Onanistas, narcisos, centrados em sua têmpera, os caramujos, às frescas manhãs de areia e espuma, da longa praia deserta, são uma aleluia viva, e numerosa.

Prescindir da rubra curva de vossa nádega e ainda assim, encaracolado aos vossos crespos e pentelhos, imaginar com os ruflos de um colibri-de-asas, ramblas, ramonas, ai que te incenso a coxa grávida com meu filete d’água cinza-pálida.

Nenhum comentário: