domingo, 11 de novembro de 2007

Baratas




As antenas são, das baratas, os seus intrumentos de esgrima. Furtivas, tímidas de uma timidez arisca e belicosa, entanto avançam pelo ladrilho da cozinha mal silenciem as louças na pia e o velho relógio se ponha a bater sozinho. Mais que perfeitos animais pré-históricos por pisos e assoalhos andam.
Suja barata peluda – nossos ascos, vossos nojos, nossa agrura ao rés do chão deste ladrilho e desta casa na zona norte, meu Deus, que de infames os ralos por onde andamos – ariscos, tateantes, um pouco cegos.

Do livro “Manual de Zoofilia”

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